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Foto do escritorAninha

Um passeio pelo Ribeirão da Ilha: uma mochila e muitas histórias para desenhar, colorir e contar!

Atualizado: 13 de out. de 2020

Meu primeiro passeio foi num lugar que minha mãe gosta muito: o Ribeirão da Ilha. Ao chegarmos, corri para a praia em direção a um pedacinho de areia que encontrei para brincar, onde o mar é bem calminho e a água é uma delícia!

Sempre gostei de procurar conchas pela areia da praia e, depois, usar a minha imaginação para construir figuras pelo chão com elas.


Foto acima : Concha da Ostra


E na prainha do Ribeirão eu encontrei uma concha com um formato diferente: ela é grande, áspera e cheia de coisas grudadas nela. Minha mãe me explicou que este tipo de concha já foi a casa de um molusco chamado ostra, um bichinho que mora no mar e que também é uma comida, um fruto do mar.


Fiquei curiosa e quis saber mais a respeito. Então, minha mãe me levou para conhecer um senhor bem velhinho, que estava ali na praia, tirando cestos esquisitos de dentro de seu barco. Ele falava engraçado e eu não entendia quase nada do que ele dizia. Puxei a saia de minha mãe pedindo a sua atenção e ela me falou:

- Aninha, este é o Seu Manuel, ele é manezinho e maricultor.

- Mari... o que? – perguntei sem entender.

- Ma-ri-cul-tor Aninha, que significa: alguém que trabalha criando plantas e animais marinhos que servirão de alimento para as pessoas. O Seu Manuel é um pescador de ostras!

Agora eu havia entendido, e sem demora respondi:


Você pode saber mais a respeito do boneco “o pescador de ostras” acessando o link: https://www.aninhapelobrasil.com.br/product-page/boneco-pescador-de-ostras-p


- Então foi ele quem deixou aquelas conchas diferentes na praia para eu encontrar! Adorei o Seu Manuel mamãe.

E assim, eu entendi que as ostras são bichinhos que vivem no mar e que o Seu Manuel cuida deles para depois pescar, vender e se alimentar. O Seu Manuel “planta” as sementes de ostras dentro de um “bercinho” que ele joga no mar, e ali elas crescem. Elas ficam morando dentro daqueles cestos, que mais se parecem com gaiolas, por um bom tempo e quando cresceram o suficiente, são colhidas e servidas como alimento.

Eu fiquei impressionada com a história que o Seu Manuel contou para a gente. Então quer dizer que as ostras são sementes que dormem em berços, vivem em gaiolas e depois viram alimento? Isso parece estória de pescador, pensei.

Eu ainda não estava convencida, precisa ver!

Foi quando o Seu Manuel me levou para perto de seu barco e me mostrou uma gaiola cheia de ostras que ele havia colhido.

Ele pegou uma concha de dentro da gaiola, abriu com uma faca e me mostrou.

- Ué! Cadê a pérola mamãe? – perguntei.

E, sorrindo, minha mãe me explicou:

- As ostras daqui não produzem pérolas Aninha. Ela é uma espécie diferente, natural do oceano Pacífico e que não se reproduz naturalmente nas nossas águas. E, por isso, não faz pérola.

Suspirei decepcionada, lembrando dos meus livros de histórias que mostram as pérolas dentro das ostras. Vendo minha decepção, Seu Manuel perguntou se eu queria tocar nela. E como sou muito corajosa, topei!

Fiquei ali olhando aquele bichinho bem de pertinho. Percebi que ela tem um corpinho de cor cinza claro, bem liso e mole. E fiquei pensando que sabor ela deveria ter, será que era parecido com o do peixe?

Ficamos ali ouvindo um pouco mais o Seu Manuel, agradecemos pela conversa e nos despedimos, levando a concha da ostra como lembrança.

Seguimos com o nosso passeio e, ao caminhar pelas ruazinhas do Ribeirão, fiquei admirada com o colorido das casas que pareciam muito com os meus desenhos de colorir.

Foi quando uma construção me chamou a atenção, a de uma igreja com detalhes em amarelo e uma grande porta azul. Minha mãe me levou até lá e logo pedi:

- Mãe! Tira uma foto minha, bem na frente da igrejinha?

Depois, ela me apresentou a igreja de Nossa Senhora da Lapa, construída no ano de 1806.

Nossa, que igreja velha! - pensei admirada.

E minha mãe, que adora me contar histórias, me explicou que o Ribeirão da Ilha também é um centro histórico por ser um lugar muito antigo. Que os primeiros moradores chegaram de barco, vindos de um lugar conhecido como colônia portuguesa do Arquipélago dos Açores, há muito tempo atrás. E que a igreja havia sido construída para que os moradores pudessem se reunir para fazer as suas orações, e que até hoje é assim.


Ela também me contou que ali acontece a “Festa do Divino” ou “Festa do Espírito Santo”, uma comemoração religiosa muito antiga que iniciou em 1296 em Portugal. O objetivo é unir as pessoas e partilhar de um banquete celebrando o amor e a alegria entre todos. E para deixar a festa ainda mais bonita, minha mãe me explicou que as ruas são enfeitadas com bandeirinhas vermelhas e brancas, e que as pessoas desfilam pelas ruas cantando junto com uma banda de música até chegarem em frente à igreja.


Ela ainda me disse, que antes do dia da festa uma bandeira do Divino é levada de casa em casa para abençoar os moradores, e que as pessoas se reúnem nestas casas para rezarem e comerem juntas.

- Mãe! Você pode me trazer um dia para participar desta festa? – perguntei. E ela me respondeu animada:

- Claro Aninha! Vamos nos organizar para isso. Tenho certeza que você irá gostar muito de ver e fotografar tudinho.


Continuamos a caminhar pelas ruazinhas e encontramos uma pracinha com bancos para descansar. Ao lado dela havia um deck com algumas mesas e minha mãe aproveitou para me dizer que, com o passar do tempo, muitos restaurantes surgiram e fizeram com que as pessoas viessem passear no Ribeirão para provar das ostras fresquinhas do Seu Manuel e de outros pescadores.

Foi quando minha mãe me perguntou:

- Aninha, que tal provarmos da ostra que o Seu Manuel nos mostrou?

Aceitei na hora pois, como já contei, sou muito corajosa e adoro novas aventuras. E esta, seria uma das boas!

Fomos até um dos restaurantes do Ribeirão e minha mãe pediu um prato chamado “ostra gratinada”. Achei esquisito no inicio, mas depois eu adorei! Tinha ostra, é claro, mas também um pouco de manteiga, queijo parmesão e creme de leite.


E para terminar este dia gostoso, curtimos o pôr-do-sol juntas, comendo um brigadeiro de sobremesa na pracinha do Ribeirão.


Foi ali, admirando o colorido do céu, que tirei a última fotografia do nosso passeio.

E ao ver aquelas cores laranja, azul e lilás disse:

- Mãe! Vamos pra casa, quero pintar o meu livro de colorir!


Voltando para casa, fiquei pensando nesta aventura incrível com a minha mãe.

Na mochila trouxe algumas conchas de ostras, na memória muitas histórias e no coração, o desejo enorme de desenhar e pintar este dia inesquecível!

Hoje, a Aninha te levou para conhecer a freguesia do Ribeirão da Ilha na companhia de sua mãe. Este vilarejo, localizado na costa oeste da ilha de Santa Catarina, é considerado o segundo distrito mais antigo da região, sendo dono de um pequeno centro histórico e de um charmoso vilarejo açoriano datado do século XVIII. Em sua orla encontram-se bares, cafeterias, restaurantes, lojas de artesanato, além das fazendas de ostras, responsáveis por 70% da produção das ostras de toda Florianópolis – SC. Um lugar cheio de cores, sabores e encantos, e rico de oportunidades para brincar, aprender e se aventurar em família.

Aqui, partilhamos com você o desenho que a Aninha fez ao voltar de seu passeio pelo Ribeirão:



Ele faz parte de uma série de outros desenhos, criados com todo carinho para você colorir e aprender um pouquinho a respeito de lugares incríveis na Ilha da Magia. Quer saber mais? Click no link e conheça-o por inteiro:


Até a próxima aventura pelo nosso rico e fantástico Brasil!

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